Há servidores insatisfeitos por acharem o aumento pequeno e outros que se revoltaram por não terem sido contemplados
Francisco Amorim francisco.amorim@zerohora.com.br
Ao propor o reajuste salarial para professores e policiais militares, o governo não arrefeceu os ânimos dos sindicalistas que representam as duas categorias. Mais do que isso: o anúncio causou indignação dos servidores que ficaram de fora do pacote.
Segundo o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Leonel Lucas, o reajuste de 20% para os soldados não é suficiente para tirar os gaúchos do último lugar no ranking nacional de salários de policiais militares. Para deixar a lanterna, o aumento teria de ser de, pelo menos, 40% – índice que igualaria o vencimento básico do brigadiano ao do PM em início de carreira no Rio de Janeiro, o penúltimo lugar do ranking.
– A governadora sempre falou que iria dobrar o salário. Estamos esperando que a promessa seja cumprida até o final do mandato – afirmou ele.
Descontentes também ficaram as representantes do Cpers-Sindicato. Além de reclamar que a proposta sequer foi apresentada à entidade, uma nota publicada em seu site, minutos após o anúncio do reajuste, rechaçou o pagamento de vencimentos adicionais, como o 14º salário, a partir da consideração de metas de produtividade, a chamada meritocracia. A nota vai além: “O projeto só pode ser encarado como uma forma de cortar direitos, prometendo pagar prêmios para uma minoria, enquanto a imensa maioria permanecerá com os vencimentos congelados’’.
Quem ficou de fora do pacote também chiou ontem à noite. Ao saber que os servidores representados pela Federação Sindical dos Servidores Públicos do RS (Fessergs) não foram contemplados por aumentos, o presidente da entidade, Sérgio Arnoud, foi pragmático:
– A federação exige a reposição salarial de servidores do quadro geral e dos técnicos-científicos. Demos prazo até o dia 19 ao governo. Acreditamos que algo ainda virá. Caso contrário, não descartamos protestos, paralisações e operações-padrão em diversos órgãos.
Representando mais de 50% do total de servidores estaduais, Arnoud classifica como inadmissível enviar à Assembleia Legislativa um projeto de lei que não preveja o aumento dos funcionários do quadro geral, que têm salário base fixado em R$ 279.
– São servidores que precisam ganhar um complemento para não receber menos do que o salário mínimo. É injusto deixá-los de fora. A defasagem chega a 40% – explica Arnoud, que se mostrou ainda contrário à remuneração por meritocracia .
Fonte ZH
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