Apesar do avanço nas negociações, a oferta do governo não recebeu aval das entidades que representam brigadianosDois meses depois de amargar uma derrota na Assembleia Legislativa, o Piratini fez ontem nova proposta de ganhos salariais à Brigada Militar. Apesar do avanço, as entidades de servidores da BM querem mais e consideram difícil chegar ao consenso.
Representantes das associações de policiais militares calculam que a oferta do governo seria equivalente a um reajuste de salário em 2010 entre 2% e 8%, dependendo do posto. Somando o próximo ano, os aumentos poderiam atingir índices de até 14%.
Os maiores percentuais ficariam com os soldados, com renda mais baixa. Oficiais superiores teriam o menor reajuste. Hoje, brigadianos devem consultar colegas no Interior para tomar posição.
Ontem à noite, eles aguardavam novo contato do governo após reunião de uma hora no gabinete do presidente do Legislativo, Giovani Cherini (PDT). Coube ao líder do governo, Adilson Troca (PSDB), detalhar a oferta do Piratini.
Em vez de aceitar conceder aumento linear a todos os brigadianos, o Executivo ofereceu um incremento na matriz salarial (lei que hoje obriga o governo a distribuir 10% do ganho fiscal a servidores da Segurança). O valor a ser distribuído entre categorias chegaria a R$ 111 milhões este ano e também no próximo.
A proposta é um avanço, porque a previsão original era conceder R$ 87 milhões. Mesmo assim, representantes dos PMs exigiam ontem que o valor da matriz fosse dobrado.
– Se dobrasse a matriz, haveria um aumento compensatório e ninguém teria prejuízo ao ter de descontar o IPE (aumento da contribuição previdenciária). A proposta melhorou, mas não é suficiente – diz o presidente da Associação de Sargentos, Subtenentes e tenentes da Brigada, Aparício Santellano.
A Fazenda, porém, descartou oferecer mais de R$ 111 milhões. Indagado sobre o assunto, Troca respondeu:
– O governo aceitou tudo o que eles pediram, mas agora querem mais. O Executivo tem limite e parou. Só mandaremos o projeto se houver consenso. Temos outras categorias a atender.
A estratégia do Executivo será enfatizar o discurso de que a negociação deve ser finalizada logo para ser votada até o final de março. Um dos fatores que destravou a discussão é a proximidade do prazo limite estipulado pela legislação eleitoral para conceder reajustes salariais a servidores: 6 de abril.
marciele.brum@zerohora.com.br
MARCIELE BRUM
Fonte : ZERO HORA
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