segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Porta aberta

Publicação em 01 de Outubro de 2009- Pagina 10 de Rosane de Oliveira

A aprovação das mudanças no plano de carreira do Tribunal de Contas, com aumentos que chegam a R$ 5 mil na gratificação de cerca de 700 servidores, acirrou os ânimos na Brigada Militar. Do soldado ao coronel, ninguém admite que tenha sido aprovado aumento para o TCE, que concentra os mais altos salários do Estado, sem mexer na remuneração dos brigadianos.

A revolta é maior porque as entidades que representam os brigadianos passaram seis meses discutindo mudanças no plano de carreira, em conjunto com técnicos da Secretaria da Fazenda, elaboraram um projeto e esperam que o Palácio Piratini o encaminhe para a Assembleia. O projeto tem pontos com os quais o governo concorda, como o fim do estímulo à aposentadoria precoce e a ampliação das promoções por merecimento, em detrimento do tempo de serviço, mas esbarra no problema de sempre: a falta de dinheiro.

O secretário do Planejamento, Mateus Bandeira, diz que o governo até gostaria de dar o que os brigadianos pedem, mas a proposta simplesmente não cabe no orçamento e implodiria o ajuste fiscal. Na proposta apresentada ao governo, os policiais militares ficam com salários equivalentes aos civis, com os coronéis equiparados aos delegados de quarta classe. Para os soldados, o novo plano significaria dobrar o salário inicial, que hoje é de R$ 996,02, o mais baixo do Brasil.

Bandeira condenou o aumento para o Tribunal de Contas com a mesma veemência que critica a adoção do subsídio para procuradores e defensores públicos:

– De novo, está se aprovando aumento para quem ganha mais, enquanto somos obrigados a dizer não para professores e brigadianos porque os recursos são limitados. Não serve o discurso da autonomia dos poderes, porque a origem dos recursos é uma só: o imposto.

Os policiais militares planejam uma marcha, na próxima segunda-feira, do QG da Rua dos Andradas até a Praça da Matriz. Querem expressar seu descontentamento com o que consideram discriminação do governo.

Fonte :Zero Hora - Pag Rosane de Oliveira

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